Por Mario Toews *
O DPO (Data Protection Officer) é um profissional crucial, e obrigatório, para garantir que a empresa esteja em conformidade com a LGPD. Para ter sucesso nesse papel, o DPO precisa ter um conjunto de conhecimentos e habilidades no exercício desta função.
Muito além dos famosos conhecimentos jurídico-regulatórios e em segurança da informação, é importante que o DPO tenha incorporado algumas das chamadas soft skills. Para quem não está familiarizado com estes termos, seguem duas breves explicações:
DPO é o profissional que atua como ponte entre a empresa, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados e os titulares de dados, trabalhando na segurança da informação e no atendimento à Lei Geral de Proteção de Dados.
Soft skills são habilidades emocionais que utilizamos diariamente para trabalhar sozinho ou em equipe, com o objetivo de resolver problemas e obter resultados. São exemplos de soft skills: adaptabilidade, tomada de decisão, comunicação, criatividade, entre outras.
Relacionei algumas soft skills que considero importantes, como vemos abaixo:
Comunicação clara e eficaz: O DPO precisa ser capaz de se comunicar com clareza e concisão com uma variedade de stakeholders, incluindo equipes internas (como TI, jurídico e RH) e externas (como clientes, fornecedores e autoridades regulatórias). Adaptar sua comunicação ao respectivo público, utilizando uma linguagem simples, é essencial. Ser DPO é estar exposto e convencer os outros com argumentos sólidos.
Habilidades de negociação: O DPO precisa ser capaz de negociar com diferentes partes para garantir que a empresa esteja em conformidade com as leis de proteção de dados. Muitas vezes, é necessário persuadir stakeholders a adotarem medidas de proteção de dados, mesmo que isso implique mudanças de processos e investimentos. Ser DPO é buscar o win-win todo o tempo.
Trabalho em equipe: É essencial que o DPO seja capaz de trabalhar de forma colaborativa com outros departamentos para garantir a implementação eficaz da proteção de dados. Ser DPO é ouvir atentamente, direcionar os trabalhos e usar os recursos disponíveis na organização.
Organização e gestão do tempo: O DPO precisa ser capaz de gerenciar o tempo de forma eficaz para lidar com prazos apertados e múltiplas demandas, priorizando tarefas e atividades de acordo com sua importância e urgência. Ser DPO é ter mais tarefas do que tempo, mais agendas do que horas disponíveis.
Resolução de problemas: O DPO precisa ser capaz de identificar problemas e situações do dia a dia e desenvolver soluções eficazes para estes problemas, sejam elas técnicas, organizacionais ou jurídicas. Faz parte desta soft skill ser capaz de analisar informações complexas de diferentes fontes para tomar decisões. Ser DPO é gostar de desafios, enfrentar problemas todos os dias.
Esta não é uma lista exaustiva, mas ao desenvolver e fortalecer essas habilidades, o DPO estará mais bem preparado para desempenhar seu papel na proteção dos dados da empresa e na garantia da conformidade com as leis de proteção de dados.
Outra constante na vida do DPO é estudar sempre. A tecnologia evolui sem parar e toda hora temos novidades na legislação. Bom trabalho!
Mario Toews, Presidente da Comissão de Tecnologia da Informação do Instituto Nacional de Proteção de Dados, com mais de 25 anos de experiência na função de gestor de TI de grandes empresas, como Renault do Brasil e Renault Argentina, Arauco, Martini Meat e Britânia atuando na implementação de ERP, BI e Infraestrutura, reorganizando as áreas de TI, conduzindo a atualização tecnológica e a implantação de políticas de SI. Diretor do INPD. Graduado em Análise de Sistemas com Pós-Graduação em Gestão Administrativa (PUC PR), em Direito Digital (FMP RS) e MBA em Gestão Estratégica de Empresas (FGV). Instrutor certificado pela Exin (ISFS, PDPF, PDPP, DPO, ISO, ISMP, Kanban)
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